Introdução:
No processo de cicatrização de ferimentos existe a participação de diversos fatores que interferem tanto quanto a qualidade da cicatriz, como ao tempo do reparo e ao aspecto final da pele apos a finalização do processo.
Entre os fatores responsáveis pela deficiente cicatrização de feridas sabe-se que estão:
- Insuficiência de recursos orgânicos para a formação de resposta inflamatória apropriada.
- Menor produção celular ou de componentes da cicatriz.
- Dificuldades na organização da cicatriz.
Pode-se observar que existem fatores importantes que interferem na cicatrização de feridas da pele produzindo deficiência na resposta ou reparo.
Quanto ao aspecto local a presença de fatores como infecções e inflamações, baixa nutrição e menores níveis de oxigênio associados trazem maiores complicações para a produção da cicatriz.
Quanto ao aspecto sistêmico fatores como outras patologias, a idade do paciente, alterações hormonais que também refletem sobre o estado geral do organismo podem interferir no processo de cicatrização.
Existindo uma interação entre os fatores locais e sistêmicos, ou seja, entre os diversos componentes do processo, qualquer que seja o real motivo da deficiência na cicatrização há interferência de forma decisiva sobre a produção do tecido cicatricial.
Foi constatado que na epiderme humana existem baterias capazes de impulsionar correntes elétricas ate as feridas. Tecidos vivos são constituídos por eletropotenciais de correntes direta que participam regulando o mecanismo de cicatrização.
É possível se alterar o processo de cicatrização de ferimentos através de sinais elétricos por microcorrentes com potencias em microamperes.
De acordo com estudos científicos realizados por Barker e colaboradores em 1982, a pele dos mamíferos apresenta um potencial transcutaneo, ou seja, uma bateria cutânea que e produzida nas camadas epidérmicas de células vivas como as camadas basal e granulosa.
Em uma ferida aberta o potencial transcutâneo e igual a zero enquanto que a uma pequena distancia desta lesão onde a pele esta integra a voltagem transcutânea normal e de 40-80 mV.
Nas proximidades da ferida a superfície externa da camada viva e eletricamente positiva. Em áreas mais distantes da lesão os gradientes de voltagem ao redor são responsáveis pela migração das células epidérmicas através da ferida em processo de cicatrização.
O processo de reparo pode ser dificultado quando há dessecamento dos tecidos observando-se uma maior resistência da ferida com queda dos potenciais em suas margens.
A estimulação elétrica por microcorrentes nestas feridas produz certos efeitos que podem dar um incentivo a fase de cicatrização atuando sobre diversos tipos de células e tecidos como um recurso de nutrição energética sobre o metabolismo local.
Estas alterações bioelétricas geradas pela ação das microcorrentes desempenham um papel fundamental na iniciação, controle e finalização do processo de reparo dos tecidos.
De acordo com Becker e Spadaro (1972) o efeito elétrico local inicia uma serie de correntes elétricas complexas na lesão que são diretamente responsáveis por alterações ocorrentes tanto com relação ao número quanto ao tipo de células.
Em uma segunda etapa ocorre uma transmissão de dados ate as novas células facilitando sua capacidade de fazer o reparo necessário.
Segundo Becker, a estimulação elétrica promove o reparo dos tecidos e uma perturbação desta situação por qualquer intervenção elétrica externa altera o desencadeamento das reações metabólicas e celulares adequadas a síntese da cicatrização.
Apos a realização de vários estudos os resultados demonstram velocidades de cicatrização duas vezes mais rápida do que o normal.
Bibliografia
Eletroterapia de Clayton – Sheila Kitchen e Sarah Bazin – 10º edição – Ed. Manole – 1996